O Pb. Solano Portela em seu livro Cinco Pecados que Ameaçam os Calvinistas, escreve no capítulo 4 que um desses pecados é o da falta de ação, o que eu chamo de conformismo espiritual, com o recente avivamento da doutrina reformada no meio evangélico mundial. Porém Satanás mais uma vez tem se levantado para enganar os incautos, isso porque a má compreensão de uma doutrina bíbica, leva indubitavelmente a má aplicação desta doutrina e é aqui que Satanás tem posto suas forças. Por isso gostaria de refletir um pouco acerca do conformismo espiritual, que é a tendência “lógica”, mas não bíblica, da Doutrina da Soberania de Deus quando isolada do todo bíblico.
Quando me refiro a conformismo espiritual, estou me referindo a tendência de se cruzar os braços, quando na verdade devemos agir. Alguns dizem 'nem um só pardal cai por terra se não for da vontade de Deus', isso é verdade obviamente, porém Deus nas Escrituras nos MANDA reagir diante de algumas situações, e a tendência dos “novos” calvinistas que, muitas vezes, não se aprofundam no conhecimento das Doutrinas da Graça, é o de cruzar os braços diante das adversidades, desconhecendo, por exemplo, a doutrina bíblica da providência e da oração.
O Pr. Roger Smalling em seu livro “Os Neo-Carismáticos e o Movimento da Prosperidade“, nos ensina que é errado nos submetermos passivamente a aflição como a vontade de Deus, posto que Ele é soberano e poderia ter-nos prevenido dela. Isso é verdade, porém Deus em sua Palavra, deixa claro que devemos reagir, da forma correta às situações que nos são apresentadas. E quando não fazemos isso estamos incorrendo em pecado, já que na maioria das vezes a tendência é agir da forma incorreta, e isso simplesmente por não ter compreendido corretamente uma determinada doutrina, ou ainda tê-la isolado do todo bíblico, incorrendo em heresia na aplicação.
Também não podemos esquecer que o não conformismo não é:
*Murmuração – Alguns por medo de estarem murmurando, baixam a cabeça e cruzam os braços diante das adversidades, mas esta atitude não é bíblica, e para isso devemos compreender o que é murmurar. Murmurar seria “falar contra alguém ou contra alguma coisa, criticar”. Biblicamente, murmurar seria “falar contra Deus”, “criticar a Deus”, ou simplificando “falar DE Deus”. A murmuração é o resultado da falta de oração em meio à aflição. Para os FILHOS de Deus, o propósito da aflição é a demonstração de dependência do Pai, já que a Escritura nos ensina que “Não veio sobre vós [crentes] tentação, senão humana; mas fiel é Deus, que não vos deixará tentar acima do que podeis, antes com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar.” (cf. 1 Co 10.13). Para que o crente não incorra em murmuração, deve sempre se colocar diante do Pai no altar da oração, buscando dEle o escape. Foi o que fez Paulo quando do “espinho na carne”, orou TRÊS vezes buscando livramento, até obter uma resposta de Deus, e só se “conformou” àquela situação depois disso, já que esta se mostrou a vontade de Deus para Ele.
*Confissão positiva – Muitos que tem saído em defesa das doutrinas bíblicas, têm se levantado contra a teologia da prosperidade e da confissão positiva, doravante TP e CP respectivamente, e no afã de sua defesa têm destituído a igreja da ousadia de comparecer diante de Deus mediante Cristo, para suprir TODAS as suas necessidades. Ora, Jesus disse “Se vós estiverdes em mim, e as minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes, e vos será feito” (cf. João 15.7). O problema da TP e CP, neste ponto específico, é que “colocam” Deus contra a parede, imputam a Deus uma OBRIGAÇÃO em fazer o que o homem quer, transformando Deus em “servo” da vontade humana, já que estes fizeram o que Ele lhes ordenou. O antídoto para TP e CP não é uma submissão passiva às adversidades, mas sim uma busca no próprio Deus por livramento, e isto através da oração. De nada adianta ter um grande conhecimento bíblico se a chama do Espírito não arder nos corações, e esta chama só é acesa no altar da oração.
No livro de Atos, os apóstolos disseram "mas nós perseveraremos na oração e no ministério da palavra" (cf. Atos 6.4). Quando os apóstolos colocaram a oração antes do ministério da palavra, eles não estavam ensinando que a oração é MAIS importante, mas estavam enfatizando a oração como meio que nos prepara para o ministério da Palavra, e não apenas para o ministério, mas para a compreenção das verdadeiras implicações práticas das doutrinas bíblicas.
Grandes acusações feitas às doutrinas da graça, só são feitas porque em muitos inexiste a prática doutrinária, somos muito teóricos, e nada, ou quase nada, práticos. Já vi pessoas que se dizem calvinistas não depositarem em Cristo sua confiança para salvação, mas na compreensão torta que possuem da doutrina da eleição, e que caminham como aqueles que “convertem em dissolução a graça de Deus” (cf. Jd. 4b).
Em Juízes 3.1,2, o Senhor diz que manteve os povos estrangeiros na terra para que os filhos de Israel aprendessem a guerrear. Da mesma forma isso acontece conosco, depois da nossa conversão Deus não retira da nossa vida as situações adversas, simplesmente porque deseja nos ensinar a lutar, Ele não quer filhos passivos, mas ativos e dependentes dEle. Quando não for para lutar Ele nos avisará, como fez com Josafá (cf. 2Cr 20.17), ou como está escrito no Salmo 46.10 (“Parem de lutar”-NVI).
Concluindo, não é por crermos na absoluta soberania de Deus que devemos passivamente nos submeter às situações adversas que nos são impostas por Ele, mas devemos, confiando em Deus, reagir à estas situações com orações e súplicas, segundo a Sua vontade revelada na Bíblia, até que a paz de Deus que excede todo o entendimento guarde nossa mente e nossos sentimentos em Cristo. Na luta não reclame DE Deus aos outros, reclame COM Deus em oração.
Grandes acusações feitas às doutrinas da graça, só são feitas porque em muitos inexiste a prática doutrinária, somos muito teóricos, e nada, ou quase nada, práticos. Já vi pessoas que se dizem calvinistas não depositarem em Cristo sua confiança para salvação, mas na compreensão torta que possuem da doutrina da eleição, e que caminham como aqueles que “convertem em dissolução a graça de Deus” (cf. Jd. 4b).
Em Juízes 3.1,2, o Senhor diz que manteve os povos estrangeiros na terra para que os filhos de Israel aprendessem a guerrear. Da mesma forma isso acontece conosco, depois da nossa conversão Deus não retira da nossa vida as situações adversas, simplesmente porque deseja nos ensinar a lutar, Ele não quer filhos passivos, mas ativos e dependentes dEle. Quando não for para lutar Ele nos avisará, como fez com Josafá (cf. 2Cr 20.17), ou como está escrito no Salmo 46.10 (“Parem de lutar”-NVI).
Concluindo, não é por crermos na absoluta soberania de Deus que devemos passivamente nos submeter às situações adversas que nos são impostas por Ele, mas devemos, confiando em Deus, reagir à estas situações com orações e súplicas, segundo a Sua vontade revelada na Bíblia, até que a paz de Deus que excede todo o entendimento guarde nossa mente e nossos sentimentos em Cristo. Na luta não reclame DE Deus aos outros, reclame COM Deus em oração.
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