As músicas não exaltam mais a Deus, mas sim se centram no homem e suas crises. Se observarmos as músicas evangélicas atuais veremos essa triste realidade. Músicas que mostram o que Deus fará pelo homem e não a expressão de uma alma agradecida a Deus. Existe até música de louvor dedicado a ser humano! Sei que existe este tipo de música religiosa entre os mórmons, mas para cristão... A quantidade de vezes que o pronome eu aparece nessas músicas é algo estarrecedor. Se compararmos com os grandes hinos da hinologia cristã veremos o contraste gritante. O primeiro hino do Cantor Cristão diz: “A ti, ó Deus, fiel e bom Senhor. Eterno Pai, supremo Benfeitor, Nós, os teus servos, vimos dar louvor, Aleluia! Aleluia! O que dizer das catarses praticadas em nossos cultos? Gritos de vitória, brados de louvor, tudo isso produz alívio e não libertação. Qualquer psicólogo recém formado pode confirmar isso. Para tristeza nossa essas práticas espúrias entraram para ficar. O que dizer dos moveres de Deus nos cultos onde o frenesi se instala e o ego grupal prevalece, as pessoas rodopiam, gritam, caem ao chão, riem sem parar, imitam animais com seus sons e mais um cem números de outras bizarrices?
Muitos adentram as igrejas para buscar suas bençãos e encontram sacerdotes corroídos que oportunamente lhes oferecem as bênçãos, buscando satisfazer os egos eternamente insatisfeitos em troca de alguma coisa material. Muitos esqueceram que as reuniões solenes dos santos são para louvor e glória de Deus. Essas reuniões deveriam ter Deus e Sua glória em primeiro lugar. Nossos cânticos deveriam exaltar o nome que é sobre todo nome. Nossas orações deveriam expressar nossa gratidão Àquele que nos amou e morreu por nós. Hoje cantamos músicas desprovidas de adoração. Muitas dessas coisas cantadas em nossas igrejas expressam um antropocentrismo aviltante. Muitos acham que louvor é somente cantar qualquer coisa. Louvor também é expressão de nossa admiração em relação a Deus. Por estarmos admirados com a grandeza de Deus e com Seu amor expressamos isso adorando, louvando Sua pessoa.
Mas o culto mudou. Temos culto do Eliser. Vejam só que nome de culto! Acredito que seja um culto específico para arranjar namorado/companheiro. Quando é que um culto se presta a isso? Paralelamente temos o culto da Terapia do Amor onde os descasados estão à cata de um companheiro/a. Nada mais mundano que isso!
O que dizer dos cultos para empresários bem sucedidos e outros falidos juntamente com os desempregados à procura de empregos? Dêem outro nome a isso, menos culto. Isso causa náuseas em qualquer bom cidadão.
Ao entrarmos em nossas igrejas deveríamos lembrar a máxima de João Batista: “Importa que Ele cresça e que eu diminua”. Deveríamos lembrar o que o Senhor disse a Moisés: “Descalce os pés porque a terra é santa”.
Não gostaria de falar, mas me sinto constrangido a isso. E os famigerados cultos de libertação? O próprio nome do culto é uma contradição. Libertação para quem já foi liberto? Libertar o cristão se Cristo já realizou tudo no Calvário? O que tais pessoas entendem sobre as palavras de Cristo na cruz: Tudo está consumado?
Culto deveria ser expressão de nossa liberdade conquistada na cruz e nunca para buscarmos libertação. Culto deveria ser nossa celebração pela vitória alcançada na cruz e isso pela misteriosa, grandiosa e maravilhosa graça de Deus.
Precisamos de uma vez por todas fazer coro com os reformadores: SOLI DEO GLORIA.
Soli Deo Glória
Pr. Luiz Fernando R. de Souza
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