“Tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra há de completá-la até ao dia de Cristo Jesus.” (Filipenses 1:6)
Sabendo que eu professava fé nas doutrinas reformadas, uma amiga certa vez me fez a seguinte pergunta: “Uma vez salvo, salvo para sempre?” Eu respondi afirmativamente, ao que ela completou: “Então quer dizer que se eu abandonar a fé e ‘cair no mundão’, ainda assim, serei salva?!” Eu prontamente respondi: “Obviamente, não!”
Sabendo que eu professava fé nas doutrinas reformadas, uma amiga certa vez me fez a seguinte pergunta: “Uma vez salvo, salvo para sempre?” Eu respondi afirmativamente, ao que ela completou: “Então quer dizer que se eu abandonar a fé e ‘cair no mundão’, ainda assim, serei salva?!” Eu prontamente respondi: “Obviamente, não!”
Esta é uma dedução precipitada e errônea, que lastimavelmente tem sido a interpretação aceita por muitos da cristandade atual.
Ao se ouvir uma declaração proposicional, do tipo “Uma vez salvo, salvo para sempre”, não é correto partir de imediato para inferências e conclusões práticas sem antes considerar a proposição sob o prisma doutrinário.
Uma vez salvo, salvo para sempre! Esta afirmação deve nos remeter a uma pergunta: O que é ser salvo? Quando podemos afirmar que uma pessoa é/está salva? Será que todos os que freqüentam a igreja são salvos? A resposta é negativa, pois o Senhor Jesus nos advertiu de que haveria joio em meio ao trigo (cf. Mt 13); E os que levantam as mãos, falam em nome de Cristo, manifestam dons, etc, será que todos estes são salvos? A resposta novamente é negativa, pois foi a pessoas assim que o Senhor Jesus disse: Apartai-vos de mim! (cf. Mt 7:21-23); Será que todos os que crêem em Deus são salvos? Mais uma vez a resposta é negativa, pois a Bíblia diz que até os demônios crêem em Deus (cf. Tg 2:19). O que, então, significa “ser salvo”? O que caracteriza um salvo? O que as Escrituras nos ensinam a respeito disso?
Certa noite um homem chamado Nicodemos foi ter com Jesus, ele era um dos principais dentre os judeus. Nicodemos iniciou o diálogo com Jesus, mas antes mesmo que viesse a perguntar algo Jesus lhe disse:“Em verdade, em verdade te digo que, se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus.” (João 3:3). Eis aqui a chave para a compreensão: alguém só pode ser salvo se [e somente se] tiver nascido de novo; a isto nós chamamos de Regeneração. É com este entendimento que o apóstolo Pedro declara: “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua grande misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos.” (1 Pedro 1:3).
Quando afirmamos que um salvo não perde sua salvação, estamos considerando o salvo como alguém regenerado, que nasceu de novo pelo poder do Espírito Santo.
“Então quer dizer que se eu abandonar a fé e ‘cair no mundão’, ainda assim, serei salva?” Assim argumentou minha amiga naquele diálogo. Pergunto a você, leitor: Será que uma pessoa assim, que “cai no mundão”, realmente nasceu de novo? Será que ela foi regenerada pelo poder do Espírito Santo? Será que nela habita o Espírito de Deus, que nos guia a toda verdade? (cf. Jo 16:13). Espero ser a sua resposta, tal como foi a minha: “Obviamente, não!”
Há muitas pessoas que iniciam uma vida na igreja, prestam cultos, participam das atividades da igreja, muitas delas são batizadas, participam da ceia, são até tidas como “uma bênção”, mas passado algum tempo elas se desviam dos caminhos de Deus, apostatam da fé e perecem no pecado. Será que essas pessoas foram verdadeiramente convertidas? Convertidas do pecado vivendo na prática do pecado, isto é possível? O apóstolo João nos dá a resposta: “Todo aquele que é nascido de Deus não vive na prática de pecado; pois o que permanece nele é a divina semente; ora, esse não pode viver pecando, porque é nascido de Deus.” (1 João 3:9). Aqueles que nasceram de Deus, de acordo com o apóstolo inspirado, não podem viver na prática do pecado. Logo, segue-se que aqueles que abandonaram a fé, “caíram no mundão” e perecem no pecado não foram nascidos de Deus, nunca foram regenerados; eles fazem parte do joio e estiveram por um tempo em meio ao trigo, em meio à igreja.
Os genuínos convertidos, os que realmente nasceram de novo - os regenerados – não podem viver na prática do pecado. Não estou afirmando, contudo, que o cristão não peque, pois sabemos que o pecado é uma triste realidade presente na vida de todos. Entretanto, o pecado não é uma marca na vida do verdadeiro crente. Enquanto os ímpios estão mortos em seus delitos e pecados, caminham segundo o curso de um mundo em trevas, segundo o príncipe da potestade do ar, enquanto eles vivem sob a escravidão do pecado e estão subjugados pelas inclinações de sua natureza caída (cf. Ef 2:1-3); os verdadeiros cristãos, em contrapartida, estão verdadeiramente livres da escravidão do pecado: “Porque o pecado não terá domínio sobre vós...” (Romanos 6:14). Os verdadeiros crentes estão livres do domínio do pecado e são habilitados pelo Espírito Santo a vencerem a carne, o pecado, Satanás e o mundo: “Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo...” (1 João 5:4a). Ora, se alguém é tragado e vencido pelo mundo, segue-se que este não é nascido de Deus!
Estejamos, pois, convictos de que os verdadeiros cristãos – os nascidos de novo – jamais perecerão no pecado desviando-se dos santos caminhos; os regenerados não vivem na prática do pecado pois neles permanece a divina semente e eles estão verdadeiramente livres da escravidão do pecado. Não obstante, há ainda uma importante questão a ser respondida: Por qual razão um regenerado está salvo para sempre? A esta pergunta o Apóstolo João responde: “Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não vive em pecado; antes, Aquele que nasceu de Deus o guarda.” (1 João 5:18). O motivo pelo qual um cristão regenerado não perde sua salvação é porque AQUELE que nasceu de Deus, Jesus Cristo, o guarda. É de sumária importância que tenhamos sempre em mente um fato: se nós permanecemos firmes na fé, não o fazemos pela força do nosso intelecto; mas pelo poder de Deus, que nos guarda; afinal, a fé é dom de Deus (cf. Ef 2:8), e é Ele quem “nos guia pelas veredas da justiça, por amor do seu nome.” (Salmos 23:3).
Se nossa vida está segura e guardada nas primorosas mãos da Onipotência, do Deus Todo Poderoso, o que ou quem poderá nos arrebatar de lá?
Como já dissemos acima, estejamos convictos da salvação eterna de um cristão regenerado. Tenhamos esta certeza por sabermos que aqueles que por Ele foram chamados e justificados, com certeza serão glorificados! (cf. Rm 8:30); Porque os que por Ele foram regenerados, são guardados pelo seu poder! (cf. 1Jo 5:18); Porque uma vez selados com o Espírito Santo da promessa, temos o mesmo Espírito como garantia e como penhor da gloriosa herança que nos fora prometida – e Aquele que fez a promessa é fiel para a cumprir! (cf. Ef 1:13,14); Porque sabemos que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem principados, nem potestades, nem cousa alguma poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus! (cf. Rm 8:38,39).
Com esta convicção nós, à semelhança do apóstolo Paulo, poderemos intrepidamente declarar: “Temos por certo isto mesmo, que Aquele que em nós começou a boa obra há de completá-la até ao dia de Cristo Jesus!" (Filipenses 1:6).
Que o SENHOR, pelo seu Espírito, aplique estas verdades em sua vida. Amém!
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