Cristo na Bíblia
Podemos aprender muito sobre os atributos e a obra de uma personagem bíblica observando os nomes que este recebe na Bíblia. Jesus é o tema central da Bíblia dai a Sua pessoa e obra ocuparem grande parte dela. A maneira como a Palavra de Deus refere-se a Jesus têm muito a ver com o nosso estudo sobre a Sua pessoa e obra. Deus tem exaltado a Jesus “acima de todo o principado, e poder, e potestade, e domínio, e de todo o nome que se nomeia, não só neste século, mas também no vindouro” (Ef. 1:21). Queremos aproveitar pelas referências bíblicas essas qualidades sublimes para que pela paciência e consolação das Escrituras tenhamos esperança" (Rom 15:4).
O Cordeiro de Deus
“como um cordeiro foi levado ao matadouro, e como a ovelha muda perante os seus tosquiadores, assim ele não abriu a sua boca.” Isaías 53:7 “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.” João 1:29 “E, vendo passar a Jesus, disse: Eis aqui o Cordeiro de Deus.” João 1:36 “E, olhei, e eis que estava o Cordeiro sobre o monte Sião” Apocalipse 14:1
Assim que o pecado entrou no mundo, desencadeou uma série de acontecimentos. Um dos acontecimentos negativos foi a necessidade de um sacrifício de um inocente que agradava a Deus no lugar do culpado. Para cobrir a nudez física que o pecado evidenciou em Adão e Eva o SENHOR Deus fez túnicas de peles, e os vestiu. Deus mostrou a verdade que a morte de um inocente cobrirá a culpa do pecador (Gênesis 3:21). Para cobrir a nudez moral que o pecado evidenciou em Adão e Eva o Senhor Deus profetizou a vinda do Seu Filho Jesus Cristo para ser o sacrifício definitivo e agradável a Deus pelos homens culpados que venham a Ele (Gênesis 3:15).
O primeiro sacrifício feito por um homem de um animal relatado na Bíblia foi aquele que Abel fez oferecendo a Deus os primogênitos das suas ovelhas. E nota que o SENHOR atentou para o sacrifício do animal em contraste à Sua rejeição da oferta de Caim que era segundo o seu próprio pensamento. Em Gênesis 22:7,8 há um exemplo do costume do povo de Deus que usava cordeiros em seus holocaustos, mostrando em tipos e figuras a vinda num dia futuro de Cristo, o “Cordeiro de Deus”. Sacrifício de animais era tão comum que Isaque acha estranho fazer um holocausto apenas com fogo e lenha. Foi então que Abraão profetizou dizendo: “Deus proverá para Si o cordeiro para o holocausto”. A importância da adoração a Deus com um animal sendo sacrificado no lugar do culpado entre o povo de Deus é entendida em que a única razão para o povo de Israel pedir ao Faraó permissão para sair do Egito era “para que sacrifiquemos ao SENHOR nosso Deus.” (Êxodo 3:18).
Um sacrifício, um inocente em lugar do culpado, é o que agradou o Senhor desde o começo, e Ele não muda (Malaquias 3:6). Se qualquer culpado espera ser aceito pelo eterno e santo Deus, tem que ser através do sacrifício do inocente pelo culpado. Essa é a única maneira que o justo Juiz ordenou para agradá-lO.
Um sacrifício de animais mostrava seriedade nas promessas também entre os homens. Em Gênesis 31:54, para firmar em público diante de Deus e dos homens o compromisso que Jacó e Labão tinham feito, “ofereceu Jacó um sacrifício” diante de todos.
O significado do sacrifício de um animal inocente para cobrir a culpa do pecador, em muito nos ensina doutrinas básicas da justiça e a misericórdia de Deus e da salvação completa por Cristo. Podemos entender que a morte é necessária para pagar o pecado (Ezequiel 18:20; Romanos 6:23). Podemos entender pelo relatório dos sacrifícios feitos em substituição do pecador que o inocente pagará pelo culpado. Sabemos pelo relatório bíblico que Deus pode ser agradado, e o pecador perdoado dos seus pecados, unicamente pela maneira que Ele estipulou (ver o exemplo de Caim, Gênesis 4:2-4; Hebreus 11:4, e de Cristo, Filipenses 2:8). Examinando a Bíblia aprendemos que qualquer animal para o sacrifício não serve. O tipo, a idade e sexo do animal têm sido determinados por Deus. A maneira como o sacrifício deve ser feito e oferecido também são estipulados por Deus. O sacrifício da páscoa dá um exemplo bem claro para este estudo.
Em Êxodo 12 a páscoa foi instituída pela ordem de Deus antes mesmo do Seu povo sair do Egito. As qualificações para o sacrifício era um cordeiro, macho, sem mácula, tomado entre as ovelhas ou as cabras, de um ano de idade (Êxodo 12:5). A cerimônia do sacrifício tinha que ser observada. Para ser aceito, o cordeiro era guardado do décimo até ao décimo quatro dia, sacrificado a tarde e o seu sangue era um sinal para que o Senhor não ferisse ninguém na casa onde havia o seu sangue posto na porta. A carne do sacrifício deveria ser assada no fogo, com pães ázimos, e comida com ervas amargas. Nenhuma parte do sacrifício deveria ser comido cru, nem cozido em água, e a sua cabeça e os seus pés deviam ser assados com a sua fressura. Nada podia ser deixado até o amanhecer. Os próprios participantes daquela primeira páscoa também precisavam preencher algumas qualificações. Os que comiam na páscoa tinham que estar vestidos para viajar e tinham que comer apressadamente (Êxodo 12:6-11). Tudo isso o povo deveria obedecer e tudo isso significava algo sobre Cristo e os que O seguem (Hebreus 1:1). Assim, pela cerimônia da Páscoa entendemos que há maneira específica para o pecador agradar a Deus.
Quando João clamou, “Eis aqui o Cordeiro de Deus”, todos os tipos e símbolos tinham que ser cumpridos em Cristo para Deus perdoar os pecados daqueles que tomam pela fé o sacrifício de Cristo como O Substituto dele para seus pecados. Durante a vida de Cristo, e especialmente na sua morte, a profecia de Isaías foi cumprida (Isaías 53:7; Mateus 26:61-63; I Pedro 2:22,23). Jesus era o sacrifício dado por Deus (João 3:16; Isaías 28:16; 42:1; I Pedro 2:4). Cristo era do tipo certo pois era “de Deus” tomado entre o povo (João 1:11, “o que era seu”; Mateus 26:45, “Filho do homem”) e guardado aparte até que foi “chegada a hora” certa (João 17:1). Cristo era o sacrifício de Deus sem mácula (II Coríntios 5:21; Hebreus 4:15; I Pedro 2:22) e precioso diante de Deus (I Pedro 1:19) como foi precioso o cordeiro de um ano que foi dado naquela primeira páscoa. Assim como o sacrifício da páscoa foi sacrificado à tarde, Jesus também foi crucificado à tarde (Mateus 27:46; Marcos 12:34; Lucas 23:44; João 19:14) e a aspersão do Seu sangue é o sinal que Deus respeita para cobrir os pecados de todos que venham a Deus (Hebreus 9:14; 12:24). Quem tem o sangue de Cristo em seu coração nunca verá a morte, mas já passou da morte para a vida (João 5:24; II Tessalonicenses 1:10; I João 1:7). A morte de Cristo é acompanhada pela tristeza e o sofrimento da mesma maneira que a carne da páscoa era assada no fogo e comida com ervas amargas (Mateus 26:37-44, “começou a entristecer-se e a angustiar-se muito”; II Coríntios 7:10, “tristeza segundo Deus opera arrependimento para a salvação”.). Assim como nenhuma parte da carne da páscoa deveria ficar para depois, nada do corpo de Cristo foi deixado além da hora prevista pois ressuscitou no terceiro dia (Mat. 28:1-6, "Ele não está aqui") exatamente como foi profetizado (Mat. 16:21). Os que "comem" de Cristo pela fé (João 6:55,63; Rom 1:17, "o justo viverá da fé") comem se preparando para peregrinar (Romanos 6:4, para andar “em novidade de vida”; I Pedro 2:11,12) honestamente entre os gentios até o “dia da visitação”. De igual modo os israelitas comiam a páscoa vestidos para viajar naquela mesma hora. Também há certa pressa para que o pecador seja salvo, não deixando para outra hora a salvação que é tão necessária (Atos 17:30; Hebreus 3:7-11). O crente é um peregrino mas a vinda de Cristo é iminente, pode acontecer logo, com pressa trilhe o seu destino olhando para Jesus que logo virá (Hebreus 12:1,2; I Tessalonicenses 5:2; II Pedro 3:10).
Cristo é o “Cordeiro de Deus”, a “nossa páscoa” (I Coríntios 5:7) em todas as maneiras figuradas pelo Velho Testamento. É proveitoso observar que Cristo cumpriu completamente todos os tipos e símbolos do sacrifício da páscoa sendo feito sacrifício por nós na Sua própria pessoa (I Pedro 2:24). Não foi a igreja o sacrifício, nem as suas ordenanças. Não foi uma obra de obediência na parte do homem que é o sacrifício suficiente que agrada a Deus. Tenha a plena certeza de estar confiando somente em Cristo para a salvação completa dos seus pecados pois somente Cristo agrada a Deus (João 12:28; Isaías 53:11). Cristo é o Justo dado pelos injustos e que leva para Deus todos que estão nEle pela fé (I Pedro 3:18). Cristo é o “Cordeiro de Deus”. Pela fé, Ele também é o seu?
Por Calvin Gardner
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