Quem está imune à queda?


Strauss-Kahn chegou ao tribunal acompanhado
pela mulher, Anne Sinclair  (Mike Segar/Reuters)
Por Jailton Sousa Silva

O “tempo fechou” para o Diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional Dominique Strauss-Kahn. Ele foi acusado de abuso sexual contra uma camareira de 32 anos, funcionária do hotel onde estava hospedado. Isso teria acontecido por volta da meia noite de sábado, dia 14 de maio. Ao todo, foram dirigidas sete acusações contra ele. A prisão de Strauss-Kahn aconteceu quase na véspera de uma série de novas negociações sobre como lidar com a crise do bloco monetário europeu.[1] As acusações contra ele são muito graves. Tão graves que a pena máxima para elas é de 74 anos e três meses de prisão.[2] E por falar em prisão, o seu destino, ao menos por alguns dias, foi a cadeia de Rickers Island, que fica próximo ao aeroporto de LaGuardia, em Nova York, já que a justiça americana lhe negou o pedido de liberdade sob fiança no valor US$ 1 milhão, mas em seguida, reconsiderou a decisão.

Este é um dos assuntos que ocupou as manchetes dos jornais nos últimos meses. Os mais conhecidos meios de comunicação o abordaram. Afinal, o homem em questão não se trata de qualquer um. Todo mundo sabe, inclusive os franceses, que Strauss-Kahn, até há alguns dias, era o nome mais cotado para vencer as Eleições presidenciais de 2012 na França, tendo em vista que a popularidade do atual presidente francês, Nicolas Sarkozy, está em baixa. A importância do chefe do FMI é tão grande no mundo que o escândalo envolvendo o seu nome causou um efeito negativo nas bolsas de valores da Europa. Se ele é inocente ou não, Deus sabe e os exames feitos, certamente dirão.

O certo é que a situação de Strauss-Kahn é, no mínimo, embaraçosa. Se as acusações forem verdadeiras, ele terá de amargar, enquanto viver, o fato de perder, em questão de minutos, uma reputação conquistada no decorrer de uma vida. De qualquer modo, todos hão de convir que, por mais poderoso que alguém possa ser, não está imune à queda. Isso não é difícil de perceber se olharmos para as páginas das Sagradas Escrituras. O que dizer, por exemplo, de Salomão, o homem mais sábio de sua época, cujo poder era munido de uma grandeza inestimável? Ele construiu uma das maravilhas do mundo de então, a saber, o templo de Jerusalém, mas não conseguiu firmar a si próprio. A sua vida espiritual, simplesmente, desmoronou. Neemias observou que as mulheres estrangeiras o fizeram cair no pecado. (Ne 13:26)

Outro personagem que vem à lembrança é o pai de Salomão, Davi. Este homem, além de ser um poderoso monarca de seu tempo, era também o homem segundo o coração de Deus. Quem declarou isso, foi o próprio Senhor (At 13:22). Contudo, em um momento da vida, se deixou seduzir pela própria cobiça e pecou, tomando para si, uma mulher alheia (2 Sm 11:4). Então, a verdade é clara: todos somos sujeitos a queda, independentemente da nossa influencia na sociedade.

Como devemos agir diante de uma eventual queda? Davi é um bom exemplo. Ele reconheceu o erro e se arrependeu. Como conseqüência disso, Deus o perdoou (2 Sm 12:13). Embora o nosso tempo seja diferente, o Deus de Davi é o nosso também, e o seu perdão é o mesmo. Acredite: ele levanta do pó os fracassados.
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