Seguindo a Igreja [Filosofia] que está na moda

Tendo cancelado o escrito de dívida, que era contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos era prejudicial, encravando-o na cruz, e, despojando os principados e as potestades, publicamente os expôs ao desprezo, triunfando deles na cruz. Ninguém, pois, vos julgue por causa de comida e bebida, ou dia de festa, ou lua nova, ou sábados. (Colossenses 2 : 14-16)

Em Colossos havia uma forte tendência entre os cristãos de abraçar uma forma de ensino que ameaçava subverter o evangelho da graça, em que, haviam crido à pouco e substituir sua liberdade por servidão espiritual. Os cristãos a quem Paulo endereça esta carta estavam lutando com uma forma de filosofia judaica de influência grega, que considerava os cristãos ainda vulneráveis às forças espirituais. Pensava-se que estas forças precisavam ser aplacadas através de veneração e de algum tipo de ascetismo na comida e bebida e pela honra dada certos dias prescritos na Lei Cerimonial do Antigo Testamento.

Os falsos mestres colocaram uma barreira entre Deus e o seu povo. A epístola tem o propósito de ajudar os cristãos a entender que para ganharem a aceitação perante Deus, eles precisam de Cristo somente. Deus já os aceitou em virtude de sua união com Cristo na sua morte na cruz e ressurreição. Os falsos mestres negavam a preeminência e plenitude de Cristo como Redentor e impunham um ascetismo misturado de tradições judaicas com filosofias pagãs que tinham seu apelo ao orgulho e intelecto.

A lei se opunha a nós por exigir pagamento pelos pecados, mas nossa dívida pelo pecado foi completamente paga por Cristo na cruz, nossos pecados foram retirados e esquecidos por Deus. Paulo não está dizendo que a lei dos Dez Mandamentos foi abolida, está, sim, ensinando que a morte substitutiva de Jesus foi suficiente para pagar a nossa dívida pecaminosa. Assim sendo, os que pela fé, acreditam na eficácia do sacrifício de Jesus, tem sua dívida cancelada, isto é, paga diante de Deus.
Paulo fala de principados e as potestades, quem seriam estes? Existem vários exemplos:

1- Poderes demoníacos
2- Os deuses das nações poderosas
3- Anjos, que eram altamente considerados pelos heréticos - “culto aos anjos”
4- O governo de Roma

Provavelmente não eram forças demoníacas, pois Cristo é “cabeça de todo principado e potestade”, no sentido de ser seu autor e dominador (2:10), o mais provável é que fossem os falsos mestres que mediavam a lei (Gl 3:19). Os falsos mestres colossenses estavam encorajando o povo à adoração dos anjos, mas em sua morte, Cristo ultrapassou a posição e autoridade de qualquer anjo. Paulo não sugeriu desrespeito em relação aos anjos, mas mostrou que eles não devem ser comparados a Jesus Cristo.

Alguns estudiosos acreditam, e defendem, que essas potestades são os poderes de Roma, pois, por meio de sua ressurreição despiu o poder de um império mundial que pareceu, temporariamente derrotá-lo. Podemos reconhecer que o ensinamento parece ter sido principalmente judaico, como é evidenciado pelo valor atribuído às ordenanças legais, às regras de alimentação, à observância do sábado e da lua nova e outras prescrições do calendário judaico.

Os colossenses parecem ter-se colocado debaixo da influência de uma combinação de piedade judaica e pagã, que se apresentava como um sistema filosófico que encorajava submissão a poderes astrais ocultos, ou poderes cósmicos. Como um meio de vencer o medo destes poderes astrais ou cósmicos, e aos aspectos das revelações, que os assim chamados “filósofos” recebiam em estados de êxtase, os colossenses estavam sendo pressionados para se tornarem ascéticos e adorar anjos.

Conclusão

Em cada geração os cristãos são tentados a seguir a filosofia que “está na moda”. Mas, essas filosofias, ou culturas, podem destoar de Deus, que criou a todos nós. É sempre oportuna a advertência paulina sobre“filosofias vãs e enganosas, que se fundamentam nas tradições humanas e nos princípios elementares deste mundo”. (2 : 8 NVI). Ao mesmo tempo, devemos dar ouvidos às advertências sobre práticas religiosas que desviam a atenção, a observância de festas religiosas, que nos destraem daquilo que é fundamental (2 : 16), e o costume de fazer das regras a essência da religião. Essas práticas geram uma humildade falsa e na realidade, promovem a falta de espiritualidade. Nada pode desviar nossa atenção, ou compensar a perda de contato com Cristo, a “Cabeça da Igreja” (2 : 19)
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Fontes de Pesquisa:
- Introdução ao Novo Testamento - D. A. Carson, Douglas J. Moo, Leon Morris capítulo 13 - Colossenses , págs 363 a 375.
- Paulo o apóstolo da graça - F. F. Bruce / cap 35 : Principados e Potestades
- Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal - CPAD
- Bíblia Shedd

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